A presidenta Dilma Rousseff defendeu, nesta quinta-feira (9), que seja realizada uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas, acompanhando o pleito que tem sido feito por vários países nos últimos anos.“O Brasil acredita que um Conselho de Segurança da ONU reformado e ampliado será mais legítimo e eficaz no exercício da importante função de preservar a paz internacional e a segurança coletiva”, disse ela, durante sessão plenária dos chefes de Estado e de governo do sétimo encontro dos Brics, na Rússia.
A presidenta chamou a atenção para o fato de que o Brasil está comprometido em dar apoio e resguardo a milhões pessoas que buscam uma nova pátria, como os haitianos e outros migrantes vindos da América do Sul e da África.
Dilma discursou durante sessão plenária dos chefes de Estado e de governo na 7ª Cúpula do Brics, na Rússia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Ela falou ainda sobre a situação do Oriente Médio, quando condenou veementemente “as graves violações aos direitos da humanidade em curso nessas regiões, em especial a perseguição a minorias étnicas e religiosas, as execuções sumárias, a violência sexual, o recrutamento de crianças e a destruição do patrimônio cultural”.
“No Oriente Médio e no Norte da África, são motivos de especial preocupação os conflitos na Síria, no Iraque, no Iêmen e na Líbia. A não resolução da questão israelo-palestina, segue também sendo fonte de instabilidade. Sabemos que intervenções militares, bloqueios, não foram e não serão capazes de resolver os problemas de segurança nessas regiões e nas outras regiões conflagradas. Pelo contrário, tendem a incentivar sectarismos de diferentes matizes, fragilizar as instituições estatais, alimentar a proliferação de armas nas mãos de atores não estatais”, afirmou Dilma.
Repúdio ao terrorismo
A presidenta Dilma reiterou o repúdio inequívoco do governo e do povo brasileiros ao terrorismo, de qualquer forma que ele se apresente, onde quer que ocorra, quaisquer que sejam seus atores e motivações.
“Esse mal deve ser combatido no marco do direito internacional. Deve ser reprimido. Precisamos também atuar, simultaneamente, preventivamente em suas causas estruturais. Nesta cúpula reiteramos o compromisso do Brics com o multilateralismo abrangente, transparente e representativo, que reflita as mudanças nas realidades de poder”, acrescentou.
Meio ambiente
Finalmente, Dilma reiterou que o Brasil está aberto a dialogar no Brics sobre outros temas estratégicos do século 21: governança da internet, crimes cibernéticos, migrações e o problema mundial das drogas.
“Além disso, neste ano, terá lugar a COP21, a Conferência do Clima 21, em Paris. Nós defendemos um acordo equilibrado e ambicioso que contemple as fontes alternativas e as fontes renováveis de energia, mas que garanta também o princípio tirado na Conferência do Rio, Rio+20, que diz: é possível crescer, incluir, conservar e proteger”, afirmou.