*ROBERTO
KIKAWA, de Davos, no Fórum Econômico Mundial
Desde
o Fórum Econômico da América Latina, em PuertoVallarta, no México, depois no da
China e agora em Davos, nas reuniões de empreendedores sociais da Rede Schwab,
oragnaizadora do Fórum Econômico, temos discutido muito sobre conceitos de
empresa social e empreendedor social, governança, investimento de impacto social
e também sobre o futuro do empreendedorismo social.
Esta
semana, em Davos, tivemos uma excelente discussão em grupos sobre o futuro do
empreendedor social, na qual três ambientes foram simulados: um positivo, um
negativo e um em desenvolvimento, tomando-se como base 2018 a
2030.
Eu,
particularmente, estive no grupo de cenário negativo, onde pontuamos três pontos
extremamente perigosos:
1.
alta lucratividade do negócio social;
2. aproveitamento da causa como negócio lucrativo (roupagem social);
3. utilização do impacto e/ou negócio social como enriquecimento/promoção individual ou da organização.
2. aproveitamento da causa como negócio lucrativo (roupagem social);
3. utilização do impacto e/ou negócio social como enriquecimento/promoção individual ou da organização.
E,
como solução para evitar esses pontos perigosos, argumentei que o mais
importante e fator decisivo para sobrevivência do empreendedorismo social está
na importância intrínseca do "valor social".
Ou
seja, se o empreendedor social não tem dentro de si o conceito e a missão de
valor social, nada adianta discutirmos sobre empreendedor social, pois, se o
"valor capturado" (interesses pessoais ou financeiros) for maior que o "valor
social", estamos falando de "roupagem social para autopromoção ou qualquer outro
interesse exíguo".
De
forma prática, discutimos que é preciso estabelecer um Código de Ética do
Empreendedor Socioambiental, tal como na Medicina temos o Código de Ética
Médica, que todo médico conhece e pode ser resumido com as três palavras
perigosas: "omissão, imperícia e imprudência são crimes
condenáveis".
Outros
acrescentaram a importância da transparência nas finanças, na governança e nos
processos, além de ferramentas de controle de impacto social de cada projeto ou
organização.
Roberto
Kikawa,
42, médico gastroenterologista, criador do Projeto CIES (Centro de Integração de
Educação e Saúde), participa do Fórum Econômico Mundial de Davos por ter vencido
o Prêmio Empreendedor Social 2010; o empreendedor social leva atendimento
médico-preventivo especializado, humanizado e de alta tecnologia a comunidades
carentes por meio de centros médicos móveis avançados conhecido como Carreta da
Saúde, Boxes da Saúde e Van da Saúde. www.projetocies.org.br