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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Novos medicamentos melhoram a fertilidade das mulheres

“São quatro novidades que podem ajudar a ampliar as possibilidades de sucesso: Coenzyma Q10, Vitamina D, DHEA e o Etinil Estradiol”

Mulheres acima de 40 anos são um grande desafio para os tratamentos de infertilidade, pois, após esta idade, os ovários envelhecem e produzem óvulos em menor quantidade e de pior qualidade. Com isso, as chances de gravidez diminuem e as possibilidades de abortos e doenças cromossômicas do bebê aumentam e os resultados dos tratamentos tendem a ser piores e a quantidade de medicação utilizada maior, implicando também num maior custo financeiro.

Segundo Arnaldo Cambiaghi, médico especialista em infertilidade do Centro de Reprodução Humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia), alguns exames de laboratório podem confirmar esta tendência, mas não definem o real quadro de dificuldades da paciente. “Os exames mais importantes para a análise do potencial reprodutivo da mulher são as dosagens dos hormônios FSH, LH, estradiol, antimulleriano e Inibina-B, todos dosados no 3ºdia do ciclo menstrual. O exame de ultra-som é também bastante útil para esta avaliação, entretanto, na maioria das vezes, os óvulos são de qualidade indesejável”.

Cambiaghi explica que nos últimos meses, novos trabalhos científicos dão uma nova perspectiva para mulheres que querem ter um bebê, mas têm dificuldades. São quatro novidades que podem ajudar a ampliar as possibilidades de sucesso: Coenzyma Q10, Vitamina D, DHEA e o Etinil Estradiol. Estes medicamentos são simples, de baixo custo quando comparados aos utilizados nos tratamentos convencionais, e com efeitos colaterais indesejáveis praticamente inexistentes.

Coenzyma Q10 ou Quinona Q10 - Esta é uma substância natural do nosso organismo, presente em quase todas as células humanas. Ela desempenha um papel essencial na capacidade celular de produzir ATP (Adenosina trifosfato) que representa a unidade básica de energia utilizada pelo nosso corpo para manter as funções vitais. Está concentrada em organelas situadas no citoplasma das células (fora do núcleo), chamadas de mitocôndrias. Os óvulos das mulheres com mais idade têm uma quantidade menor de mitocôndrias e menos funcional, provocando diminuição do ATP e um provável envelhecimento dos óvulos. Esta diminuição leva a um prejuízo da divisão dos cromossomos e um aumento de malformações fetais (Síndrome de Down, Edwards e outras) comuns nas mulheres mais velhas. A concentração de ATP que as células carregam está diretamente relacionada com o potencial de implantação dos embriões.

O uso da Coenzyma Q10 pode substituir a transferência de citoplasma, um procedimento proibido por lei e pela ética médica. Uma recente publicação na edição de janeiro de 2010 da revista Fertility Sterility, da Sociedade Americana de Reprodução Humana (ASRM-American Society of Reproductive Medicine), demonstrou que suplementos dietéticos ricos em Coenzyma Q10 como as sardinha, cavalinha, óleo de soja, nozes, fígado de boi e amendoins, além da complementação em comprimidos, podem melhorar o funcionamento das mitocôndrias, a produção de energia, a maturação dos óvulos e a formação de embriões melhores e com maior chance de implantação. Fazendo o papel semelhante à transferência de citoplasma – um procedimento proibido por lei e pela ética médica, - e, portanto, aumenta as taxas de gravidez. Esta medicação além de melhorar a fertilidade, aumenta a capacidade imunológica, previne a pré-eclampsia nas pacientes com gravidez de risco e melhora a função do músculo cardíaco. Não é vendida em farmácias comuns, mas pode ser manipulada em farmácias especializadas.

Vitamina D ou 25OH vitamina D - Outras publicações estudadas por Cambiaghi demonstram que quando a vitamina D estiver abaixo dos níveis normais, existe influência negativa na capacidade reprodutiva das mulheres. A dosagem é feita por meio do exame de sangue, de forma simples e barata. A importância desta vitamina é conhecida principalmente no metabolismo ósseo e em outras reações metabólicas, mas, ultimamente, tem sido envolvida em outros processos biológicos do organismo inclusive no crescimento e desenvolvimento celular, na auto imunidade, resistência insulina (recentemente foi publicado que a sua influência era síndrome dos ovários policísticos), doenças cardiovasculares e mais recentemente na fertilidade. Publicações científicas analisaram grandes populações e observaram que 67% da população geral apresentam taxas inferiores à necessidade de Vitamina D e necessitam de tratamento, independente de desejarem ou não a gestação o tratamento deve iniciar com uma dose de ataque por 4 semanas e depois continuar com uma dose menor para a manutenção.

DHEA (Dehidroepiandrosterona) - Este é um hormônio fabricado normalmente no ovário e nas glândulas supra-renais que diminui progressivamente com a idade. É essencial para a fabricação do hormônio estrógeno da mulher e vendido como suplemento alimentar com o objetivo de combater o envelhecimento e melhorar a sensação de bem-estar. A falta reduz o desejo sexual, a massa muscular e as ações do sistema imunológico. Durante o período reprodutivo da mulher, sua concentração no organismo é mais alta e quando está abaixo do normal prejudica a reprodução.

Cambiaghi alerta que diversos trabalhos científicos têm demonstrado sua ação positiva em mulheres mais velhas com dificuldade em engravidar ou com falência ovariana precoce. A ingestão do hormônio DHEA por via oral em um período não inferior a dois meses tem demonstrado aumentar as chances de gravidez. Este hormônio foi amplamente vendido em todo o mundo durante a década de 90, como uma medicação milagrosa no combate ao envelhecimento, prevenção de doenças cardíacas, obesidade e até na prevenção à doença de Alzheimer. Entretanto, os seus efeitos benéficos não foram comprovados e por isso, em alguns países, como o Brasil, a venda foi proibida, embora a sua aquisição possa ser feita sem dificuldades pela Internet.
Devido à resolução - RDC número 47, de 2 de junho de 2000, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu a comercialização desta substância no nosso país por não ter sua eficácia comprovada para o que se propunha na época. Nos EUA, porém, foi aprovado como suplemento alimentar e até hoje é comercializada sem restrição. A compra pode ser feita pela Internet com receita médica.

Etinil Estradiol – O etinil estradiol é um hormônio natural que pode ajudar mulheres com mais idade, próximas a menopausa ou com falência ovariana precoce a ficarem grávidas. Aquelas que tem o hormônio FSH em níveis elevados (maior que 10) e não respondem à indução da ovulação, podem ser beneficiadas com este hormônio.

Cambiaghi explica que recentes publicações demonstraram que, as pacientes que receberam o medicamento etnil estradiol (diferente de estradiol) tiveram o FSH diminuído para níveis inferiores a 10 e com isso aumentaram a sua chance de gravidez em 25% com os próprios óvulos, em mulheres que anteriormente tinham indicações de tratamento com óvulos doados. Esta medicação não está disponível em farmácias comuns, mas pode ser adquirida com orientação médica em farmácias de manipulação.

Referência fornecidas pelo Dr. Arnaldo Cambiaghi:
*CO-enzime Q10, Resveratrol, E.Burstein,A. Perumalsamy TCART, Toronto, ON, Canadá , 65thº Annual Meeting, 2009 ASRM, Atlanta, USA

*Coenzyme Q10 treatment reduces lipid peroxidation, inducible and endothelial nitric oxide synthases, and germ cell–specific apoptosis in a rat model of testicular ischemia/reperfusion injury- Bulent, Murat, Volkan,Husnu, Sibel , Gorkem /Departments of aUrology, Zonguldak Karaelmas University, Faculty of Medicine, Zonguldak, Fertility and Sterility_ Vol. 93, No. 1, January 2010

International Journal of Gynecology & Obstetrics, Volume 105, Issue 1, April 2009,Pages43-45 Enrique Teran, Isabel Hernandez, Belen Nieto, Rosio Tavara, Juan Emilio Ocampo and Andres Calle

*Replete vitamin D stores predict reproductive successfollowing in vitro fertilization- Sebiha, Sangita, Jindal, Jun Shu, Gohar,

University, School of Medicine, Department of Obstetrics and Gynecology, Kocaeli, Turkey; Fertility and Sterility_ Vol. -, No. -, - 2009

*Genetic variation in the vitamin D receptor and polycystic ovary syndrome risk, Fertility and Sterility_ Vol. 92, No. 4, October 2009, Touraj Mahmoudi, M.Sc., Department of Genetics, Reproductive Biomedicine Research Center

*Premature ovarian failure and dehydroepiandrosterone; Reprint requests: Leonidas Mamas M.D., Ph.D., Neogenesis IVF Centre, 3 Kifisias Ave, 151 23 Marousi, Athens, Greece (Fertility and Sterility_ Vol. 91, No. 2, February 2009 0015-0282/09/$36.00; Copyright ª2009 American Society for Reproductive Medicine, Published by Elsevier Inc.

*Mild stimulation in poor responders; Jerome H Check do Instituto Cooper de Reprodução Humana em Melrose Park, PA Estados Unidos, 3rd IVI International Congress; Madrid Espanha; maio/ 2009

* “The Infertility Cure”, Randine Lewis- Master of Science in Oriental Medicine, Little, Brown and Company, 2004

Sobre o médico - Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi é médico do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução (IPGO). Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, pós-graduado pela AAGL, Ilinos, EUA em Advance Laparoscopic Surgety e Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, e da European Society of Human Reproductive Medicine.
Apresenta seus trabalhos em Congressos no exterior, o que lhe confere um reconhecimento internacional. Como especialista em Medicina Reprodutiva sua carreira é dedicada principalmente aos casais que têm dificuldade em engravidar, tanto que sua clínica é considerada uma das mais conceituadas para tratamentos de infertilidade.

Entretanto, preocupa-se com a saúde da mulher em todos os aspectos: físico, emocional e afetivo. Pensando no universo feminino escreveu diversos livros na área médica, entre eles: Fertilidade Natural (Ed.LaVida Press), Grávida Feliz, Obstetra Feliz (Ed. LaVida Press), Fertilização um Ato de Amor (Ed. LaVida Press), Ser ou Não Ser Fértil – Eis as Questões e Respostas (Ed.LaVida Press), Bem-Estar da Mulher – a essência da vida - Guia da saúde feminina para todas as idades (Ed. LaVida Press), Gravidez: Caminhos Tropeços e... Conquistas - Depoimentos de casais que contam como venceram as dificuldades de engravidar (Ed. LaVida Press) e Manual da Gestante (Ed. Madras).

E os sites: http://www.ipgo.com.br/ ; http://www.trigemeos.com.br/ ; http://www.bemestardamulher.com.br/ ; http://www.fertilidadenatural.com.br/ ; onde esclarece dúvidas e passa informações obre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade.

Sobre o IPGO – O Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução trabalha há muitos anos em prol do bem estar da mulher. Embora esteja empenhado especialmente em Reprodução Humana Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi, que coordena este Instituto, tem consciência da importância da manutenção do equilíbrio do sistema reprodutor da mulher, fundamental para harmonia do interior das pessoas. O IPGO trabalha com vários profissionais que avaliam e tratam problemas da mulher como Pré Natal, Educação Alimentar, Sexualidade, Apoio Psicológico, Cirurgias Ginecológicas, TPM, Videolaparoscopia, Videohisteroscopia entre outros.

Localização:
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Tels.: (11) 3885-4333 / 3884-3218 - Site: http://www.ipgo.com.br/