Quer se divertir e escutar uma boa história? Então não perca neste sábado a contação de “Os três Porquinhos e o Lobo Lalau”, na Livraria da Vila, com a arte-educadora Amanda Amorim. O livro, escrito há 30 anos numa edição especial para a Revista Recreio, é do jornalista Luiz Fernando Emediato, editor da Geração Editorial.
Onde? Livraria da Vila
O que? Contação da história do livro “Os três porquinhos e o Lobo Lalau”
Como chegar? Alameda Lorena, 1731, Jardins, São Paulo
Horário: das 16 às 17 horas
Informações: (11) 3062-1063
Um lobo bom e três porquinhos muito maus. Uma fábula moral Luiz Fernando Emediato recria clássico infantil para discutir a natureza do mal, a diversidade de opiniões e a convivência democrática
O que faz alguém ser mau? Para o filósofo Jean Jacques Rousseau, os homens nascem bons – a sociedade é que os corrompe. Numa pequena e despretensiosa história escrita para crianças há 30 anos para a revista Recreio e agora lançada em livro, Luiz Fernando Emediato brinca com a clássica história dos três porquinhos e do lobo mau.
Naquele tempo mágico em que os bichos falavam, Lalau, o tal lobo, é meigo, atencioso com os outros animais da floresta e com uma dieta bem atípica e pouco gordurosa: ele se alimenta de frutas e mel. Um bicho feliz com sua situação e em perfeita harmonia com o meio ambiente.
O problema começa quando paz na floresta e o equilíbrio ecológico são perturbados pela chegada de três porquinhos também bastante atípicos. Violentos, doidos e endiabrados, os três transformam a vida de Lalau num verdadeiro inferno.
A completa subversão de uma das mais antigas fábulas é muito engraçada e moderna e, nesta versão ilustrada pelo premiado desenhista e também escritor Cláudio Martins, os porquinhos surgem a cada cena com roupagem bem radical: uma hora são punks, outra nazistas, e por aí vai... O mal em toucinho e osso.
A história foi escrita pelo autor para seu primeiro filho, Alexandre, que então tinha apenas dois anos, numa época de acirramento ideológico e em que as ideologias de então começavam a ser colocadas em cheque: a luta armada da esquerda brasileira tinha fracassado, a ditadura militar se enfraquecia e tomava vulto a luta pacífica pelo retorno da democracia.
- Claro que nada disso aparece explicitamente neste livro, que pode ser lido apenas como uma brincadeira – diz hoje Emediato – mas quando ela foi escrita eu realmente estava desiludido com a perspectiva da vitória do socialismo (o mundo marchava para o contrário) e refletindo sobre conceitos bem definidos: moral, ética, o belo e o feio, o bem e o mal.
A história pode propor, na escola, uma discussão sobre a natureza do bem e do mal, sobre a democracia e a questão ambiental. Os animais se reúnem numa espécie de conselho, liderado, claro, pela coruja Aristóteles – corujas são sempre os animais mais sábios nas fábulas infantis – para instaurarem um processo investigativo sobre a enorme confusão provocada pelos antipáticos porquinhos.
– O PT ainda não tinha sido criado – Lula ainda era um líder que apenas despontava em 1978 – mas aquele conselho já era o embrião do que o PT veio a criar dois anos depois: grupos populares em discussões intermináveis, muito bem intencionadas, que acabavam em julgamentos morais muito severos – lembra o autor.
Com final surpreendente, mas paradoxalmente previsível – afinal, a natureza é a natureza e as coisas são como são desde o início dos tempos – essa história muito engraçada pode ser lida de qualquer maneira: como divertimento ou como reflexão. O final é aberto: Lalau era mesmo bom e se tornou mau para se defender ou era mau desde sua mais íntima essência?
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RESTAURAÇÃO E RETOQUE DE FOTOS!Onde? Livraria da Vila
O que? Contação da história do livro “Os três porquinhos e o Lobo Lalau”
Como chegar? Alameda Lorena, 1731, Jardins, São Paulo
Horário: das 16 às 17 horas
Informações: (11) 3062-1063
Um lobo bom e três porquinhos muito maus. Uma fábula moral Luiz Fernando Emediato recria clássico infantil para discutir a natureza do mal, a diversidade de opiniões e a convivência democrática
O que faz alguém ser mau? Para o filósofo Jean Jacques Rousseau, os homens nascem bons – a sociedade é que os corrompe. Numa pequena e despretensiosa história escrita para crianças há 30 anos para a revista Recreio e agora lançada em livro, Luiz Fernando Emediato brinca com a clássica história dos três porquinhos e do lobo mau.
Naquele tempo mágico em que os bichos falavam, Lalau, o tal lobo, é meigo, atencioso com os outros animais da floresta e com uma dieta bem atípica e pouco gordurosa: ele se alimenta de frutas e mel. Um bicho feliz com sua situação e em perfeita harmonia com o meio ambiente.
O problema começa quando paz na floresta e o equilíbrio ecológico são perturbados pela chegada de três porquinhos também bastante atípicos. Violentos, doidos e endiabrados, os três transformam a vida de Lalau num verdadeiro inferno.
A completa subversão de uma das mais antigas fábulas é muito engraçada e moderna e, nesta versão ilustrada pelo premiado desenhista e também escritor Cláudio Martins, os porquinhos surgem a cada cena com roupagem bem radical: uma hora são punks, outra nazistas, e por aí vai... O mal em toucinho e osso.
A história foi escrita pelo autor para seu primeiro filho, Alexandre, que então tinha apenas dois anos, numa época de acirramento ideológico e em que as ideologias de então começavam a ser colocadas em cheque: a luta armada da esquerda brasileira tinha fracassado, a ditadura militar se enfraquecia e tomava vulto a luta pacífica pelo retorno da democracia.
- Claro que nada disso aparece explicitamente neste livro, que pode ser lido apenas como uma brincadeira – diz hoje Emediato – mas quando ela foi escrita eu realmente estava desiludido com a perspectiva da vitória do socialismo (o mundo marchava para o contrário) e refletindo sobre conceitos bem definidos: moral, ética, o belo e o feio, o bem e o mal.
A história pode propor, na escola, uma discussão sobre a natureza do bem e do mal, sobre a democracia e a questão ambiental. Os animais se reúnem numa espécie de conselho, liderado, claro, pela coruja Aristóteles – corujas são sempre os animais mais sábios nas fábulas infantis – para instaurarem um processo investigativo sobre a enorme confusão provocada pelos antipáticos porquinhos.
– O PT ainda não tinha sido criado – Lula ainda era um líder que apenas despontava em 1978 – mas aquele conselho já era o embrião do que o PT veio a criar dois anos depois: grupos populares em discussões intermináveis, muito bem intencionadas, que acabavam em julgamentos morais muito severos – lembra o autor.
Com final surpreendente, mas paradoxalmente previsível – afinal, a natureza é a natureza e as coisas são como são desde o início dos tempos – essa história muito engraçada pode ser lida de qualquer maneira: como divertimento ou como reflexão. O final é aberto: Lalau era mesmo bom e se tornou mau para se defender ou era mau desde sua mais íntima essência?
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